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Canola    
Canola: sistema de corte enleirado promove ganho de mil quilos por hectare
Em vez de esperar maturação plena com 13% de umidade, corte com 35% de umidade acelera e uniformiza a maturação dos grãos
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Juliana Royo
05/07/2010

A Embrapa Trigo lançou recentemente dois importantes manuais para os produtores de canola. Um ensina a aumentar a produtividade de 1.500 quilos por hectare, que é a média nacional, para 2.500 quilos por hectare. O outro apresenta, detalhadamente, as principais tecnologias utilizadas na cultura desde híbridos até a colheita, passando pelo controle de pragas e doenças, cuidados de manejo, época de semeadura e a adubação correta. Os dois materiais estão disponíveis no site da Embrapa Trigo (www.cnpt.embrapa.br) ou podem ser enviados pelo correio, na versão impressa.

Entre as medidas para aumentar a produtividade, a principal delas é o sistema de corte enleirado, em que em vez de o produtor esperar a maturação plena da canola, quando ela atinge 13% de umidade, ele deve antecipar o corte para o ponto de maturação fisiológica, com 35% de umidade, como se  fosse fazer feno. Esta medida acelera e uniformiza a maturação dos grãos e, com isso, o produtor pode colher a canola entre 10 a 15 dias mais cedo, liberando área para próximo cultivo. Essa tecnologia está sendo introduzida agora no Brasil, mas já é bastante utilizada em outros países como Austrália e Canadá, em que 70% da produção é em sistema de corte enleirado. Para aumentar a produção em 2.500 quilos por hectare, o produtor também deve mudar o espaçamento entre linhas na semeadura para 17 centímetros. Segundo o pesquisador Gilberto Tomm, da Embrapa Trigo, este espaçamento é mais seguro e aumenta o potencial de rendimento.

O emprego de materiais resistentes a doenças também é um fator importante para aumentar a produtividade. No Brasil, só são são plantados híbridos de canola e todos os híbridos mais novos apresentam resistência à canela-preta, que é a principal doença da cultura, causada por um fungo. O mais plantado é o Iola 61, recomendado para a Região Sul, principalmente. A resistência a esta doença faz com que não haja risco do tombamento de plantas por conta do ataque deste fungo, o que influencia diretamente no volume de produção e barateia muito o custo do produtor, que não precisa gastar com fungicidas.

Para o pesquisador, pelo fato de todos os híbridos recentes apresentarem resistência à doença, a canola se torna uma cultura de inverno e opção de safrinha mais barata do que as outras. O ataque de pragas também não onera significativamente a produção, segundo Tomm. A principal praga da canola é a traça das crucíferas, que ocorre mais frequentemente em hortas onde há outras culturas como couve e repolho. Ele explica que este inseto é extremamente importante nas condições de clima seco, mas os danos não são tão preocupantes e o custo com a aplicação de defensivos é pequeno. Outro benefício é a canola ser uma boa opção para rotação de cultura.

— A vantagem adicional que o produtor tem é que após o plantio da canola, o rendimento de soja é bem superior. Temos vários casos de produtores colhendo 500 quilos a mais de soja por hectare, onde havia canola no inverno porque o resíduo do fertilizante usado, somada à redução de doenças radiculares, faz com que haja uma redução de doenças e aumento de rendimento. Em milho também tem se observado acréscimo de rendimento, com a vantagem de fungos como secospoiose e a diclodiose, que causam até problema de micotoxina nos grãos, sejam reduzidos porque a canola não é hospedeira destas doenças de gramíneas. No caso do trigo, existem resultados como no Norte da Europa em que se aumenta entre 10% a 20% o rendimento de trigo após canola e essa experiência também se observa no Brasil, onde podemos colher de quatro a dez sacas de trigo a mais por hectare — explica o pesquisador da Embrapa Trigo.

As regiões onde a canola é mais cultivada no Brasil são os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná,  Goiás, Mato Grosso e Mato Grsso do Sul, além do Estado da Praíba, onde graças a novas tecnologias é possível o plantio da canola. A época de semeadura, em geral, começa em fevereiro no Centro Oeste e termina em 30 de junho no Rio Grande do Sul, mas o produtor deve consultar o zoneamento agroclimático para saber exatamente a data de semeadura ideal do seu município. No site da Embrapa Trigo, é possível verificar todas estas datas. Tomm diz que se os agricultores seguirem todas recomendações necessárias conseguem atingir os 2.500 quilos por hectare e ter uma rentabilidade ainda maior. O custo de produção da canola, segundo o pesquisador, é cerca de 700 quilos por hectare.

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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